Avaliação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) de uma indústria vinícola de grande porte (2024) Abrir/Baixar
Vania Elisabete Schneider, Gregório Bircke Salton, Bianca Breda, Tiago Panizzon, Kélen Cristofoli e Thais Colau
Para desacelerar o aquecimento global e mitigar as mudanças climáticas, é essencial que tanto os setores públicos quanto privados implementem ações de descarbonização. Este estudo tem como objetivo identificar o perfil de emissões e remoções de gases de efeito estufa (GEE) de uma indústria vinícola com sede no Rio Grande do Sul. O foco está na quantificação das emissões de GEE, visando a apontar potenciais fontes de redução. A metodologia para inventariar as emissões de gases de efeito estufa seguiu principalmente as diretrizes do Programa Brasileiro GHG Protocol. Os resultados para o ano de 2020 indicaram que as emissões de CO2 foram as mais elevadas, totalizando 296,938 toneladas, seguidas pelo metano (CH4) com 23,28 toneladas, e por N2O e HFCs que, juntos, somaram 0,25 toneladas. Quando convertidas para dióxido de carbono equivalente (CO2-eq), as emissões totais foram de 950,54 toneladas de CO2-eq, com a categoria de “emissão estacionária”, respondendo por 53% das emissões diretas. Em relação aos sumidouros de GEE, foi identificado um total de 587,46 hectares de vegetação nativa remanescente em áreas pertencentes à vinícola, que demonstraram uma capacidade de remover cerca de 99,5 mil toneladas de CO2. Os resultados indicam que as unidades de negócio da vinícola possuem crédito significativo em relação às emissões reportadas neste inventário, evidenciando um potencial positivo no balanço de GEE.
Palavras-chave: GHG Protocol; sumidouro de GEE; vitivinicultura.
Publicado em: Revista Brasileira de Viticultura e Enologia - 16ª edição
Identificação dos impactos ambientais de vinícola da Serra Gaúcha/RS através de Avaliação do Ciclo de Vida (2024) Abrir/Baixar
Tiago Panizzon, Gregório Bircke Salton, Kélen Cristofoli, Bianca Breda, Thais Colau e Vania Elisabete Schneider
Sendo regulada pela série ISO 14.040, a Avaliação do Ciclo de Vida consiste em uma das principais técnicas de avaliação de impacto ambiental, sendo considerada pela Comissão das Comunidades Europeias como a ferramenta mais adequada para avaliação do potencial impacto ambiental de produtos. Este trabalho apresenta os resultados da Avaliação do Ciclo de Vida de uma vinícola localizada no município de Bento Gonçalves/RS, durante o ano de 2020. Foram avaliadas as quatro principais linhas de produto dessa unidade: Vinho Tinto, Vinho Branco, Espumante e Suco. A avaliação desenvolvida foi do tipo portão a portão, contemplando somente os impactos que ocorrem dentro dos limites da empresa. De forma geral, o Espumante apresentou o maior impacto ambiental, decorrente do maior consumo de vidro da garrafa e também do transporte da garrafa até a empresa. Os resultados para o Vinho Tinto e o Vinho Branco apresentaram impactos similares entre si. No caso do Suco, observou-se um significativo impacto decorrente da queima da madeira na caldeira. Os maiores impactos, porém, são decorrentes da garrafa de vidro, sendo verificado um efeito bastante positivo gerado pelo uso de cacos reciclados, com a redução dos impactos, variando entre 15% e 19% em média. Observa-se que a redução no peso da garrafa consiste na medida potencialmente mais efetiva para redução dos impactos ambientais. Por fim, destaca-se que enquanto este trabalho restringe-se à avaliação de uma empresa, seus resultados podem servir como um ponto de partida para empresas do ramo planejarem ações efetivas de mitigação de impactos ambientais.
Palavras-chave: ACV; vinicultura; espumante; suco.
Publicado em: Revista Brasileira de Viticultura e Enologia - 16ª edição
LC-MS/MS method to determine ochratoxin A in wines and grape juice (2024) Abrir/Baixar
Maria Gabriele Delagustin, Kelen Cristofoli, Bruno Cidade Neves, Placidina Aparecida Martins, Graciela de Oliveira Obes, Carine Pedrotti and Gregório Bircke Salton
The mycotoxin Ochratoxin A it is a secondary metabolite produced by some fungi species of the genus Aspergillus and Penicillium. In wine, the main species that produce this mycotoxin are Aspergillus carbonarius and Aspergillus niger. Ochratoxin A can occur when the grapes are still in the vine and, also, during transportation, storage and handling. The concern about this toxin is due to the cumulative effect in several organs, which can lead to toxic effects. Ochratoxin A is the main mycotoxin that occurs in wine and the maximum limit allowed by the Brazilian legislation is 2 µg.L-1. Due to the importance of this toxin and the concern about food safety, a new method of identification and quantification of Ochratoxin A was developed and validated. In addition, samples of different wines, sparkling wines and grape juices, from serra and campanha gaúcha, were analyzed. Analysis was performed in a liquid chromatograph, coupled to mass detector. Parameters of validation were selectivity, limits of quantification and detection, linearity, precision, recovery and matrix effect. All validation results agree with the values established by analytical validation guides. The extraction method is suitable for recovering Ochratoxin A from matrices. Of the 140 samples analyzed, 131 presented results above the detection limit and nine samples above the quantification limit. This new method comes as a contribution to the quality of wines, sparkling wines and juices.
Palavras-chave: Quality control, ochratoxin A, wine, grape juice
Apresentado em: 45° Congresso Mundial da Vinha e do Vinho - França
Identifying Hotspots and Most Relevant Flows for Red and White Wine Production in Brazil through Life Cycle Assessment: A Case Study (2024) Abrir/Baixar
Tiago Panizzon, Gregório Bircke Salton, Vania Elisabete Schneider and Matheus Poletto
This study undertakes a Life Cycle Assessment (LCA) of red and white wine production in Brazil, focusing on a leading winery in the Serra Gaúcha region. Given the notable lack of similar research in this area, our study employs LCA methodologies to evaluate the environmental impacts associated with the winery stage. Our results indicate that although white wine generally exhibits a lower environmental impact than red wine, the specific impacts differ substantially across various environmental categories, highlighting the necessity for context-specific assessments. We also find that electricity consumption, sugar usage, and liquid CO2 production are the primary drivers of environmental impacts, especially in toxicity-related categories. Moreover, our research critically examines the suitability of the Product Environmental Footprint Category Rules (PEFCR) within the Brazilian context and proposes a revised set of impact categories. This revision enhances the accounted impacts from 55% in the existing PEFCR 2.0 to 80% in our recommended framework, suggesting the need for more tailored environmental impact assessment tools in regional settings. Through these findings, our study not only addresses a significant gap in LCA research within the Brazilian wine industry but also sets the stage for improved environmental management practices across Brazilian wine industries. These enhancements are crucial for aligning local production processes with global sustainability standards and advancing the environmental stewardship of the wine sector in Brazil.
Palavras-chave: wine; LCA; PEFCR; Brazil; hotspots
Publicado em: Revista Resources
Desenvolvimento de metodologia analítica por LC-MS/MS para determinar ocratoxina A em vinhos e sucos de uva (2023) Abrir/Baixar
Maria Gabriele Delagustin, Kelen Cristofoli, Bruno Cidade Neves, Placidina Aparecida Martins, Graciela de Oliveira Obes, Carine Pedrotti e Gregório Bircke Salton
A ocratoxina A é uma toxina produzida por algumas espécies de fungos dos gêneros Aspergillus e Penicillium. Essa micotoxina tem a capacidade de acumulação em diversos órgãos, o que pode levar a ocorrência de efeitos tóxicos. A ocratoxina A é a principal micotoxina presente no vinho, e o limite máximo permitido pela legislação brasileira é de 2 μg.L-1. Devido à importância da ocratoxina A, um novo método de identificação e quantificação, por cromatografia líquida acoplado à espectrometria de massas, foi desenvolvido e validado. Ainda, foram avaliadas 140 amostras de diferentes vinhos, espumantes e suco de uva integral produzidos na serra e campanha gaúcha. A validação foi realizada para as matrizes vinho tinto seco, espumante moscatel branco, espumante brut branco, vinho branco suave e suco de uva integral. O método desenvolvido foi seletivo para a identificação de ocratoxina A, com faixa de trabalho de 0,1 a 3,0 μg.L-1. Foi identificado efeito matriz para as matrizes vinho tinto seco, espumante moscatel branco e suco de uva integral. Não foi identificado efeito matriz entre espumante moscatel branco, espumante brut branco e vinho branco suave. Os limites de detecção e quantificação calculados foram de 0,02 μg.L-1 e 0,08 μg.L-1, respectivamente. Todos os paramentos validados estão de acordo com os valores estipulados pelos guias de validação analítica. Das 140 amostras analisadas, 131 apresentaram resultado inferior ao limite de detecção e nove amostras inferiores ao limite de quantificação. O método desenvolvido vem como uma forma de contribuir com a qualidade de vinhos, espumantes e sucos.
Palavras-chave: cromatografia líquida; espectrometria de massas; micotoxinas; segurança alimentar.
Publicado em: Revista Brasileira de Viticultura e Enologia - 15ª edição